Hipertensão

Saiba quais são os 8 principais fatores de risco para a hipertensão

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Embora afete um a cada quatro brasileiros, poucas pessoas dão a devida importância aos fatores de risco para a hipertensão. Também são muitas as discussões em torno do tema, com teorias que nem sempre correspondem à realidade. A verdade é que, quando tratada de forma preventiva, antes mesmo de sintomas aparecerem, a pessoa pode ter muito mais qualidade de vida.

Neste post, vamos apresentar 8 dos fatores mais importantes a serem considerados, como o histórico familiar, o sedentarismo, a má alimentação e o estresse, entre outros motivos que podem levar uma pessoa a desenvolver a hipertensão ou a agravar o quadro.

Para isso, contamos com as dicas e a experiência do cardiologista Dr. Audes Feitosa. Acompanhe!

1. Histórico familiar

Um dos principais fatores de risco para hipertensão não está sob o controle de ninguém: trata-se do histórico familiar. Essa é uma característica muito relevante para a pressão alta e corresponde a um número que fica entre 80% e 90% dos casos da doença.

Mas isso não quer dizer que a pessoa que tenha casos na família esteja condenada a ser hipertensa ou que isso a libere de ter cuidados com sua saúde. “O histórico familiar não é uma sentença”, pondera Feitosa. “Se a pessoa seguir fazendo exercícios físicos, diminuir o sódio e controlar o peso, ela consegue escapar da hipertensão”, garante o médico.

2. Sobrepeso

Com o ganho de peso, aumenta proporcionalmente a possibilidade do diagnóstico de hipertensão em qualquer pessoa. Em casos mais graves — como a obesidade mórbida, por exemplo — a tendência é a de ser hipertenso também.

Por isso, o Índice de Massa Corporal (IMC) ideal deve estar abaixo de 25 kg/m², tanto para homens como para mulheres. Para chegar lá, não tem muito segredo: é necessário praticar atividades físicas com moderação e ter uma dieta saudável — com pouco sódio, sem tabagismo e evitando o consumo de álcool em excesso.

3. Sedentarismo

O corpo e a mente precisam de movimento para se manterem com saúde. A atividade física é fundamental em todas as idades. “O que recomendamos é 150 minutos de atividade física por semana, divididas em três dias”, afirma Feitosa. Logo, o ideal é a prática de 50 minutos por dia para fugir do sedentarismo.

Mas essa divisão não é uma regra. De acordo com o cardiologista, também é possível praticar atividades físicas por 30 minutos, cinco dias por semana. “Abaixo disso, a pessoa é considerada sedentária”, observa.

Entre os exercícios mais recomendados estão a caminhada, algo que não exige demais do organismo e faz uma grande diferença para evitar a hipertensão. Para quem quer realizar uma atividade física mais intensa, como natação, musculação, Pilates ou outra modalidade, é importante procurar um médico para receber uma orientação profissional.

4. Consumo de álcool e cigarro

O consumo de álcool e cigarro não é apenas prejudicial para quem já tem hipertensão. Na verdade, são duas coisas que podem levar um indivíduo saudável a ter pressão alta. O cigarro é o pior deles, e não tem quantidade mínima aceitável. Qualquer quantidade pode levar à hipertensão — mesmo que apenas um único cigarro seja fumado por dia.

Já o álcool é aceitável, com moderação. Ainda assim, a partir de 30 g, já é possível perceber um aumento da pressão arterial. E não é só ele o culpado. Alimentos muito salgados também podem aumentar a pressão em poucos minutos. O mesmo ocorre com as bebidas energéticas, especialmente se combinadas com drinks alcoólicos.

5. Estresse

A relação entre estresse e pressão alta é bem conhecida, especialmente por levar à liberação de hormônios como o cortisol. O corpo combate essa sensação que pode trazer sintomas físicos e emocionais, trazendo consequências como fazer a pressão subir para irrigar os músculos.

Na antiguidade, o estresse surgia em situações que exigiam uma resposta física — por exemplo, correr em fuga, tentando evitar o ataque de um animal. Assim, o corpo se preparava melhor para isso. Hoje em dia, porém, o estresse é sedentário, o que compromete mais a saúde a longo prazo.

Sabemos que é impossível uma vida sem estresse, porém, o controle para evitar o excesso do estresse é importante. Um caminho que passa por um cuidado também com as relações, os vícios e a forma de lidar com problemas.

6. Idade avançada

Com a chegada da idade mais avançada — em geral, a partir dos 55/60 anos de vida — a rigidez arterial (ou seja, dos vasos sanguíneos) aumenta. Consequentemente, a pressão sistólica também avança, o que torna a hipertensão até algo esperado. Pressão acima de 140/90, a partir dos 18 anos de idade, já é considerada alta.

7. Dieta com excesso de sódio

O sal retém líquidos e, por isso, seu consumo não deve ser estimulado. “A gente recomenda até 5 g de sal por dia. Além disso, melhor evitar”, alerta Feitosa. Aqui, no entanto, se faz um parêntese importante: o consumo de sódio pode não causar hipertensão em pessoas que ainda não têm pressão alta. Porém, para quem já é hipertenso, comidas muito salgadas não são recomendadas.

E isso vale para qualquer tipo de sal. De nada adianta trocar um tipo por outro, pois o impacto na saúde é o mesmo. “Qualquer sal é ruim! O sal grosso tem menos produtos químicos que o refinado, mas é sal do mesmo jeito”, explica o médico. Neste caso, pode-se sugerir, por exemplo, o alho, uma ótima forma de temperar a comida sem o uso excessivo de sal.

Para evitar os impactos da alimentação na saúde, a dica é consumir pratos ricos em potássio — bananas, espinafre, batata-doce, abacate e damasco são algumas opções. Ainda assim, deve-se ter cuidado. Apesar de melhorarem a pressão, o indivíduo que sofre de insuficiência renal deve evitá-los, pois esses alimentos podem trazer prejuízos. Também é preciso ficar de olho em alimentos ricos em açúcar, inclusive pela relação entre hipertensão e diabetes.

8. Esperar por sintomas

Este é um erro grave, porém comum: esperar aparecer algum sintoma para verificar a pressão! Um dos grandes mitos quando se fala em fatores de risco para hipertensão é, justamente, aguardar os sintomas surgirem. “Hipertensão é uma doença, na grande maioria das vezes, assintomática”, afirma Feitosa. “A única maneira de saber é por meio da medida da pressão arterial”, complementa.

A medida da pressão arterial pode começar cedo, a partir dos 3 anos de idade. Mesmo não apresentando características de hipertensão, a pressão deve ser medida, pelo menos, uma vez por ano. A seguir, algumas formas de fazer a medição da pressão:

  • MAPA — fora do consultório, a pessoa mede a pressão durante 24h, enquanto realiza suas atividades cotidianas. Inclusive, quando está dormindo. A média desta medição deve estar abaixo de 13/8;
  • MRPA — é medida em casa, em repouso. No protocolo brasileiro, são cinco dias de monitoração. Apenas a primeira é realizada na clínica ou consultório médico, e as demais são feitas em casa, de manhã e à noite. A média saudável deve estar abaixo de 135/85;
  • AMPA — é a "automedida" da pressão arterial. Trata-se de medições aleatórias, num conjunto de sete vezes, a partir das quais é calculada uma média. Há, inclusive, aplicativos disponíveis para realizá-la por meio do celular. O ideal é que a média fique abaixo de 135/85.

Neste post, procuramos esclarecer quais são os principais fatores de risco para a hipertensão, com dicas trazidas diretamente por um especialista no assunto. Assim, você fica bem informado a respeito do tema e evita problemas mais sérios relacionados ao coração.

Continue com a gente! Que tal conferir nosso artigo sobre a relação entre hipertensão e coronavírus?  

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